segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Anexo Secreto

Acabei de ler O diário de Anne Frank. Sempre fiquei receosa de ler esse livro, pois tinha medo de sofrer lendo a descrição das atrocidades da 2ª Guerra. Mas estive em Amsterdã, conheci onde Anne Frank, sua família e mais quatro pessoas ficaram por 2 anos escondidos dos nazistas (o "anexo secreto") e resolvi que era tempo de conhecer essa história.

Li todo o livro já conhecendo o final da história: Anne Frank morreu em um campo de concentração há apenas 2 meses de terminar a guerra. Então, uma certa tristeza me acompanhou do início ao fim do livro, em contagem regressiva para o dia de sua captura e posterior morte.

E meu medo se concretizou. Realmente sofri com toda a narrativa da clandestina Anne. Mas, também me enterneci com as palavras da menina Anne. Ela inicia sua narrativa aos 14 anos, como uma adolescente muito parecida com as adolescentes dos dias de hoje: com uma revolta do mundo sem compreender muito bem a origem, sobrando, na maioria das vezes para sua própria mãe. Mas, a vida no Anexo Secreto, as notícias da guerra, suas leituras e estudos, faz da menina Anne uma surpresa. É inteligente, determinada, e com um auto-conhecimento que poucas pessoas tem. Tudo isso faz do diário uma obra única, que merece ser lida.

O maior desejo de Anne era o de ser jornalista e escritora. Não qualquer escritora, mas uma escritora famosa, que deixasse algo relevante para a humanidade ou, pelas suas próprias palavras "continuar a viver depois da minha morte". E ela conseguiu.

Então hoje, no percurso do metrô para minha casa (acabei de ler o livro no metrô), fiquei imaginando se Anne Frank teve uma segunda chance. Acredito em reencarnação (ou tento acreditar) e fiquei pensando se Anne já não voltou para nós. Ela bem que poderia ser uma escritora feliz, reconhecida e influente, para compensar todo o sofrimento dos 2 anos de clausura e mais quase um ano de campo de concentração.

Tentei alegrar minha mente com esse pensamento. Pois considerei muito injusto. Todas as suas ideias, seus ideais, seus planos para o futuro (gostava especialmente do "não ser apenas uma dona de casa") condenados por uma guerra estúpida. Já pensou, se Anne Frank hoje é alguem influente? Fiquei imaginando quem ela poderia ser. Mas não cheguei a nenhuma conclusão. Se ela voltou, apenas gostaria que ela fosse feliz, muito feliz.

sábado, 2 de outubro de 2010

Comer Rezar Amar

Eu sabia que iria acontecer. Uma voz estava me dizendo o tempo todo: “Adriana, vá ao cinema sozinha. Faça de Comer, Rezar, Amar um momento só seu”. Mas eu não dei ouvido a essa voz de dentro de mim e arrisquei ir ao cinema com minhas amigas.

Não deu outra. Algo saiu errado. Perdi o início do filme, fiquei mal humorada, pra não dizer p. da vida, e ainda por cima estou me sentindo mal porque não fui educada com minha amiga.

Queria saber a hora certa de confiar nessa voz interna. Não sei distinguir uma intuição verdadeira de uma voz intrometida, que aparece muito nas horas erradas me deixando confusa.

Deixando intuição de lado, o fato é que finalmente assisti ao filme que aguardei o ano todo. E o que posso dizer é estou com vontade de reler o livro Comer, Rezar, Amar. Não só pela escrita cativante de Liz Gilbert, mas porque encontrei lições nesse livro das quais não posso esquecer e que, claro, não estão todas retratadas no filme.

E... como é bom ver o Brasil na telona. Claro que nada se passa no Brasil de fato, mas o jeito de ser do brasileiro está lá, retratado no personagem Felipe. Um pouco de português que às vezes lembra um portunhol, mas tudo bem. Nosso idioma não é mesmo dos mais fáceis. Ahhh, a música está perfeita: “É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe”. Nada mais brasileiro do que Vinícius de Moraes.

Já escrevi antes: ler Comer, Rezar, Amar vale muito a pena. Assistir ao filme também. E eu vou voltar ao cinema, pra fazer do jeito que minha intuição havia me pedido.