domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pior vontade

Cinco horas da manhã. Para variar, mais uma semana que inicia e meu relógio biológico não reconhece uma segunda-feira. Daqui a pouco terei que estar no trabalho, com os neurônios a mil. Mas o que meus colegas irão testemunhar é uma Adriana pela metade, sonhando estar em casa, curtindo sua cama!

Bem, ainda não sei ao certo o que irei escrever. Mas hoje foi um dia atípico. Passei o dia pensando em escrever sobre o que aconteceu na madrugada de sábado. Ei, não se enganem, não vou relatar aqui o aconteceu. Talvez escreva sobre os sentimentos que o fato trouxe à tona.

Acabei de ler algo interessante, uma crônica da Martha Medeiros, em que ela cita Clarice Lispector, ao descrever Ana, uma personagem que bem poderia se enquadrar no conceito de boazinha por mim descrito anteriormente (ok, pretensão demais minha, mas não vou alterar). Ana, após se deparar com um cego, toma consciência de que o seu mundo é muito pequeno, e que há muito mais do lado de fora de sua casa, com seu marido e filhos. E, nesse momento, Lispector descreve: " Seu coração se enchera com a pior vontade de viver" (do conto Amor, do livro Laços de Família, disponível em http://www.releituras.com/clispector_menu.asp).

Há tempos meu coração se enchera com a pior vontade de viver. Uma vontade de não fazer igual a todo mundo. Em me permitir assumir riscos, viver sem temer a altura do tombo. E acho que foi isso que aconteceu na madrugada de sábado.

Hoje estou inquieta, pois algumas coisas saíram do lugar e isso incomoda. Ao pensar sobre o que aconteceu, lembro de catarse. Num instante, por uma ação irracional, você muda o curso e as coisas não são mais como eram antes. Mas catarse também se refere a sair de um estado de graça para um de desgraça. Mas o que seria da vida se não houvesse os dramas?

Para ser sincera, estou percebendo que adoro dramas! Não só no sentido que todo mundo conhece, do tipo "Ela adora fazer drama", mas no sentido de permitir a efemeridade da vida - a constância não me agrada. Eu poderia ter evitado muita coisa, caso assumisse a postura: "conversamos depois", mas que graça tem nisso? Teria evitado sofrimento, mas não estaria escrevendo minha história.

Ok, sei que deixei muito pontos de interrogação nesse texto. Afinal de contas, estou falando de que? Mas quer saber, o resto fica só para mim e meu diário.

2 comentários:

  1. Nossa, não sei se vc exagerou no drama, mas acho q mesmo sem vc dizer o que realmente te levou a escrever tudo isso, posso iamginar seus sentimentos nesse momento. Acredito que todos nós um dia tivemos uma catarse, e só vc, que é uma mulher linda e independente para escrever sobre isso! Parabéns pela mulher que és: Linda, corajosa e Fantástica!!!! Beijoo

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  2. Dri, fiquei cheio de interrogações, confuso, com a sua nova postagem. Agora que a segunda-feira é um dia que todo mundo tem aversão, isto é indicutível! Cabe uma reflexão, não?

    Será que é porque nós queremos estar sempre livres? Vivendo intensamente a vida, sem amarras, sem protocolos, sem formalidades...acho que essas coisas contribuem para nos deixar mais longe da felicidade.

    Perceba que as pessoas mais simples, geralmente são mais felizes. E não meramente por acaso. Elas se parecem mais com as crianças, que são espontâneas e livres!

    A sociedade nos impõe uma série de coisas. Por exemplo acaba nos convencendo a sermos mais racionais! E o resultado é que perdemos o que temos de mais importante: a emoção, que é a essência da vida.

    Bem, isto é o que penso! Espero ter contribuído.

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