sábado, 23 de abril de 2011

Sem fazer turismo em nossas dores

Ando às voltas com um novo amor. Carpinejar, Fabrício. Impressiona como um homem pode entender tanto a alma feminina. E escrever de maneira tão simples e ao mesmo tempo tão profunda. Suas palavras tocam lá no fundo e falam o que você sente, de uma maneira leve e descontraída, com relatos bem humorados do dia a dia.

Ontem li uma crônica dele para a revista Cláudia. Descrevia a Gisele Bündchen. Perfeita, como ela. E hoje, de novo encantada, lendo a penúltima crônica do livro dele Mulher Perdigueira, que só pela capa já se tem idéia de como Carpinejar vê a mulher:




A crônica do livro chama-se A Fruteira. Pelo título, você não imagina as palavras que encontrará nela. Mas logo ela te encanta. Fala de abandonar as cicatrizes. Que cicatrizes estão lá não para mostrar o quanto se sofreu, mas para nos fazer ver que nossas feridas são curadas. E que não mexamos em feridas abertas - elas infeccionam quando fazemos isso.


E com essa metáfora, ele parte para as outras dores da vida: "Não faço turismo em minhas dores. Nem convido os outros a sofrer de novo comigo, como se fosse uma espécie de justiça o outro penar o mesmo que eu".


E faz a gente se perguntar: Quantas vezes já fiz turismo nas minhas dores? Por que gastamos energia relembrando coisas ruins? Quantas vezes lembramos mais das mágoas do que das alegrias?


Pra me lembrar de coisas boas, recentemente espalhei muitos porta-retratos pela minha casa. Fotos de momentos felizes, com pessoas alegres, celebrando a vida. E é ótimo, toda noite, antes de dormir, dar uma última olhada nelas, sorrir com os rostos alegres que vejo, e saber que sim, a vida vale muito a pena.


Fiz isso também com as fotografias daquela viagem dos sonhos. Estão todas num álbum bem acessível, ao lado da TV.


Voltando a Carpinejar: "Não contabilizarei o que não consegui e o que me falta. Não amaldiçoarei um relacionamento que não me ofereceu o que eu esperava, não cobrarei a juventude que doei a alguém, não justificarei rupturas e fracassos".


E isso me remete à parede da minha cozinha. Calma, vou explicar. Tenho uma pequena lousa branca na cozinha, que deixo pensamentos que quero internalizar. E atualmente lá está escrito: "Prefiro olhar pra frente e sonhar a olhar para trás e sentir arrependimento" (ditado anônimo).


Tudo isso pra dizer que carregamos conosco tudo o que vivemos até agora. Mas somos nós que decidimos o peso que daremos a cada vivência. Nada apaga o passado, mas como você se relaciona com ele está aqui no presente. Para as coisas ruins, já aprendi que não basta simplesmente deixar prá lá. Seu ego não conhece a tecla DEL e quanto menos espera, tudo se escancara novamente na sua frente.


Então, deixei de brigar com lembranças ruins. Entendo que elas fazem parte de quem sou hoje. Quando elas aparecem, não as ignoro. Mas não deixo elas se demorarem. Rapidinho mudo a direção do pensamento e me concentro nas coisas boas. É um exercício que requer prática, mas que funciona muito bem.


Ah, e quem quiser viajar mais como eu, lendo Carpinejar, pode visitar o seu blog.

Beijinhos a todos!

Ah... Amores antigos, não se preocupem... meu coração é gigante... tem lugar para Zeca, Martha, Fabrício, Gadú, Liz e todos meus outros preferidos...

9 comentários:

  1. Amigaaaaa, como seu coração está ficando grande...rs São os remédios para a pressão? kkkk

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  2. Amiga anônima (mas pra estar com um blog chamado gosto da janelinha... já tenho uma idéia de quem seja rsrs)
    Meu coração sempre foi gigante!!!! rsrs

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  3. Amiga, deleta o "anônima" do comentário anterior rsrs acabei de lembrar que seu último comentário, apesar de sem identificação, não deixava dúvida de que era vc rsrs
    Ah, quando é que vc vai estrear o "Gosto da Janelinha"??? Fala sério, vc tem muita história pra contar!!!!! Pode começar por aquela dos biscoitos holandeses (como é o nome mesmo daqueles biscoitos ruins????) Só precisa continuar sem dar nome aos bois rsrs
    bjussssssssss

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  4. Dri,
    que maravilha!!!! Fiquei emocionada com seus comentários...
    Vou seguir seu exemplo e espalhar mais fotos de muitos dos momentos bons que vivi, e lembrar de dar uma olhadinha ante de dormir e ao me levantar. Acho que meu humor, que é péssimo de manhã, vai melhorar muito.
    Bjs,
    Chris Barbato (sua colega no FGV Online)

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  5. Chris,
    acho que deixamos comentários simultâneos... eu no seu blog e vc no meu rsrs
    Que bom que te dei essa idéia... lembrar dos momentos bons é sempre ótimo!
    Ah, se alguém quiser conhecer o blog da Chris, aí vai o endereço: http://chrisbarbato.blogspot.com/p/artigo-portumatica.html?showComment=1304563287942
    Adorei o texto Portumática :)
    bjusssssss

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  6. Parabéns pelo blog, seus textos são muito bons.

    www.atelierartedecor.blogspot.com

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  7. Olá Dri!

    Ando em Lua-de-Mel com Carpinejar desde o fim de um namoro longo com muito sofrimento, há 18 meses...a sensibilidade com que ele fala da alma feminina laçou meu coração!
    Não fazer turismo nas nossas dores é a maior prova de que somos capazes de dar a volta por cima e continuar seguindo a nossa vida em frente.

    Muito bom seu texto!

    Sugestão: Leia também "O amor esquece de começar", dele também...

    Soraia

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  8. Olá Soraia!
    Obrigada pelo post! Carpinejar é fantástico! Vou ler sim...
    Bjus

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  9. Adoreeeeeei! Os textos dele são simplesmente MARAVILHOSOS... Realmente, como ele consegue saber tanto da alma feminina? É lindo!

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